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Derrota do Centrão e de Motta, vitória da esquerda e do PL: Glauber fica só com suspensão e Zambelli mantém mandato

Câmara contraria decisão do STF e mantém mandato de Carla Zambelli Depois dos deputados Glauber Braga e Carla Zambelli escaparem da cassação, a avaliação...

Derrota do Centrão e de Motta, vitória da esquerda e do PL: Glauber fica só com suspensão e Zambelli mantém mandato
Derrota do Centrão e de Motta, vitória da esquerda e do PL: Glauber fica só com suspensão e Zambelli mantém mandato (Foto: Reprodução)

Câmara contraria decisão do STF e mantém mandato de Carla Zambelli Depois dos deputados Glauber Braga e Carla Zambelli escaparem da cassação, a avaliação no plenário da Câmara dos Deputados era unânime: Centrão e Hugo Motta perderam, enquanto a esquerda e o PL ganharam. Saiu tudo fora do planejado pelo grupo do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Casa. O roteiro era cassar um deputado da esquerda e outro da direita para compensar a aprovação no dia anterior do projeto da redução de penas dos golpistas. 🔍 Braga foi alvo de processo disciplinar do Conselho de Ética após protagonizar embates físicos com um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) e o também deputado Kim Kataguiri (União-SP). 🔍 Zambelli foi duas vezes condenada pelo STF: por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e por perseguição armada às vésperas das eleições de 2022. Ela fugiu para a Itália, onde está presa. O Supremo determinou a perda de mandato da parlamentar de forma automática, mas o plenário da Câmara contrariou a decisão. O clima era tão ruim no plenário da Casa para Hugo Motta e Centrão que a esquerda contou com o apoio de partidos de centro para evitar a cassação de Glauber Braga (PSOL-RJ) em troca da suspensão do mandato por seis meses. Foi um recado de deputados insatisfeitos com a forma como o presidente da Câmara está conduzindo os trabalhos, pautando projetos de surpresa, sem acordo prévio. O deputado Arthur Lira (PP-AL) era um dos mais interessados em fazer valer o roteiro do Centrão. Acabou jogando a toalha e passou a defender a aprovação da suspensão do mandato de Glauber Braga. O risco para o Centrão era ficar sem a cassação e a suspensão. Parlamentares do PP e União Brasil, em particular, queriam a cassação de Glauber Braga por causa das investidas do deputado do Rio contra as emendas parlamentares sem transparência. 🔎O Centrão não é um partido, e sim um bloco informal de deputados e partidos que atuam juntos na Câmara dos Deputados. Ele é conhecido por unir um grande número de parlamentares e não ter uma identificação ideológica fixa. Entre os integrantes estão partidos como o PP, União Brasil, MDB, Republicanos e PSD. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, chegou a jogar parte da responsabilidade pela derrota para o governo Lula. Ele ligou para o assessor parlamentar da ministra Gleisi Hoffmann, André Ceciliano, reclamando das ligações que ele estava fazendo para deputados pedindo votos para salvar o mandato de Glauber Braga. No plenário, deputados do Centrão diziam que Ceciliano estava oferecendo liberação de emendas para quem votasse a favor do deputado do PSOL. Ceciliano admitiu para Hugo Motta que estava pedindo votos para uma suspensão do mandato de Glauber Braga, e não uma cassação. Negou, porém, de forma enfática que estivesse oferecendo liberação de emendas. Falou para Motta que Glauber fazia parte da base aliada e por isso estava buscando ajudá-lo, mas sem colocar nada em troca. Depois, veio a votação do processo da deputada Carla Zambelli (PL-SP). O Centrão acreditava que ela seria cassada. O PL acabou virando o jogo e evitando que fosse atingido o quórum mínimo para a perda do mandato. Hugo Motta fica numa situação ruim. Tecnicamente, a decisão deveria ser da Mesa Diretora da Câmara, à qual cabia simplesmente cumprir a decisão do Supremo Tribunal Federal já que a deputada foi condenada com trânsito em julgado. Motta optou, porém, por mandar o processo de Zambelli para a Comissão de Constituição e Justiça e, posteriormente, para o plenário. Agora o PT vai entrar no STF alegando que a Câmara não cumpriu uma decisão judicial. E o mesmo pode acontecer na semana que vem com a votação do processo de cassação do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), cujo mandato também deveria ter sido cassado por ato da Mesa Diretora.

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